quinta-feira, 31 de março de 2011

Regime Militar Brasileiro

Revoluçao Militar de 1964



A Ditadura Militar foi o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil, entre os anos de 1964 e 1985. Essa época caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar. Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o Brasil vivia uma crise política. O vice de Jânio, João Goulart, assumiu a presidência num clima político tenso. Seu governo foi marcado pela abertura às organizações sociais.

Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço no cenário político brasileiro, preocupando as classes conservadoras, como empresários, banqueiros, a Igreja Católica, militares e a classe média. Em plena Guerra Fria, os EUA temiam que o Brasil se voltasse para o lado comunista.

Os partidos que se opunham a Jango (João Goulart), como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), o acusavam de estar planejando um golpe esquerdista e de ser o responsável pelos problemas que o Brasil enfrentava na época. No dia 13 de março de 1964, João Goulart realizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde defendeu as Reformas de Base e prometeu mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.
Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizaram um protesto que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Evitando uma guerra civil, Jango deixou o país, refugiando-se no Uruguai. Os militares finalmente tomaram o poder.

Logo após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.

Durante o regime militar, houve um fortalecimento do poder central, especialmente do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram extintas ou sofreram intervenções do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram submetidos à censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes modificações na economia do Brasil: de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e de endividamento externo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

DENG XIAOPING DEFENDE AS REFORMAS ECONÔMICAS CHINESAS


Quando se abre as janelas, as moscas também entram.Não confundamos o afluente com o rio principal. Eliminar as reformas? O que deve ser eliminado é o que copiamos dos soviéticos, a planificação centralizada. Devemos fazer o socialismo com características chinesas. Avançamos muito em relação a 1978,mas não basta. É hora de libertar ainda mais nosso pensamento, aprofundar as reformas, ampliar a abertura. Não temos escolha, não existem outras opções, de outra forma entraremos num beco sem saída e acabaremos como se acabou em Moscou. Devemos, ao contrário, tomar a estrada do socialismo de mercado e percorrê-la durante cem anos. Riscos de liberalismo? Se voltássemos atrás cedendo às tendências de esquerda, então sim, reforçaríamos a direita, daríamos espaço ao liberalismo burguês. A esquerda é muito perigosa, a esquerda é o verdadeiro perigo.

A verdade está nos fatos, e os fatos falam claro, aqui e em todo o país. Não se pode ficar agarrado a Marx como a um dogma, marxismo é evolução. Segundo os dogmáticos, uma verdadeira economia socialista tem a planificação centralizada e a capitalista tem o mercado. Mas esses são instrumentos, não são os fins. A finalidade do socialismo é fazer com que o povo viva melhor, e sabemos como estávamos antes que o mercado se abrisse. Dizem que a Bolsa é uma prática capitalista. Trata-se,porém, de um instrumento financeiro. Algumas práticas capitalistas podem, perfeitamente, ser usadas na sociedade socialista. Talvez se cometam erros,mas ninguém é 100% bem sucedido. As áreas do litoral,onde há condições mais favoráveis,devem ser livres para se desenvolverem plenamente e não refreadas para permanecerem no mesmo nível de pobreza das áreas internas. Que Cantão prossiga em seu desenvolvimento, que procure alcançar "os quatro tigres", isto é, Cingapura, Taiwan, Coreia do Sul e Hong Kong. A riqueza também traz fenômenos negativos, mas em Cingapura sabem como mantê-la sob controle.


(Deng Xiaoping,citado por MEZZETI,Fernando. De Mao a Deng,a transformação da China.Brasília:UNB.200.p. 456)

segunda-feira, 21 de março de 2011

SOLSTÍCIO E EQUINÓCIO



         

As estações do ano existem devido à inclinação do eixo terrestre (de  aproximadamente 23º27') em relação ao plano da órbita da Terra ao redor do Sol, e ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol.
Percebemos na figura acima que ao percorrer sua órbita ao redor do Sol a Terra é iluminada pelos raios solares de maneiras diferentes conforme sua posição.
Observamos que nos dias 23 de setembro e 21 de março, ambos os hemisférios terrestres são igualmente iluminados. Porém nos dias 22 de dezembro e 22 de junho, os hemisférios sul e norte diferem quanto à iluminação.
Em 22 de dezembro, devido à inclinação do eixo terrestre o hemisfério sul recebe mais luz solar, marcando assim o início do verão neste hemisfério, conseqüentemente o início do inverno no hemisfério norte.
Em 22 de junho a Terra se encontra em posição inversa, isto é, o hemisfério norte é que está mais voltado para o Sol, de maneira que recebe mais luz, marcando assim o início do verão neste hemisfério e início do inverno no hemisfério sul.
Em 21 de março e 23 de setembro a Terra se encontra em posições tais que ambos os hemisférios são igualmente iluminados, marcando assim o início das 'meias estações', outono e primavera.
Chama-se de solstício às posições em que a Terra se encontra em 22 de dezembro e 22 de junho. Por exemplo, dizemos que dia 22 de dezembro é solstício de verão no hemisfério sul e solstício de inverno no hemisfério norte.
Chama-se equinócio às posições em que a Terra se encontra em 23 de setembro e 21 de março. Por exemplo, dizemos que dia 21 de setembro é equinócio de primavera no hemisfério sul e equinócio de outono no hemisfério norte.
 O termo equinócio tem origem no termo latino aequinoctiu que quer dizer noite igual (aequale = igual + nocte = noite). Trata-se do instante em que, ao meio dia, em uma localidade na linha do Equador, os raios solares têm uma incidência perpendicular à sua tangente, encontrando-se paralelos ao plano do Equador e perpendiculares ao eixo de rotação da Terra. 
É o único momento em que o Sol pode ser
visto nascendo no leste e se pondo a oeste.

A Abolição da Escravidão no Brasil - 1888


A Abolição da Escravidão no Brasil - 1888
Escravos sendo libertos
No período do império, as lavouras de plantação de café aumentaram muito e cada vez mais os negros eram trazidos da África para cá.
Os navios tumbeiros, ou navios negreiros, eram os responsáveis pelo transporte dos escravos, mas esses sofriam duramente no decorrer das viagens. Muitos deles chegavam feridos pelos feitores e outros tantos eram mortos nas embarcações, sob condições desumanas.
Foi um período de muito progresso e crescimento econômico, onde nascia a conscientização de que a raça negra deveria ser liberta.
Mesmo com tanto crescimento, os governantes do Brasil não permitiam que os negros recebessem educação, instrução ou aprendizado de uma profissão. Os maus tratos aos mesmos já incomodavam as pessoas, que não aceitavam as formas como os donos das fazendas cafeeiras os tratavam.
Desesperados e cansados dessa luta, muitos negros fugiam para os Quilombos. Quando eram capturados pelos capitães do mato, apanhavam duramente e ficavam acorrentados aos troncos, sob sol, chuva, calor ou frio, sem água e sem comida.
Pessoas influentes como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e Castro Alves, lançavam duras críticas aos proprietários de terras que ainda faziam o tráfico de escravos, travando uma forte luta nacional pela liberdade dos escravos, através da campanha abolicionista.
Lei Áurea, escrava com mais de 60 anos, Princesa Isabel e filho de escrava
Aos poucos, o movimento foi ganhando força e novos adeptos. Entraram na campanha, brasileiros renomeados como José do Patrocínio, Raul Pompéia e Antônio Bento, que exigiam do imperador do Brasil o combate ao tráfico negreiro, pois se a quantidade de escravos diminuísse, esses passariam a ficar muito caros, e não compensaria para os donos das terras adquirirem novas peças.
A vitória dessa luta só veio em 1850, quando D. Pedro II proibiu o tráfico de escravos através da Lei Eusébio de Queiróz. 
Além dessa, outras leis surgiram em luta à liberdade dos escravos. A lei do Ventre Livre, de 1872, garantia a liberdade aos filhos dos escravos que nascessem após a lei; e a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários, de 1885, que libertava os escravos com mais de sessenta anos de idade.
Mas foi através da lei de número 3.353, mais conhecida como Lei Áurea, de 1888, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio desse mesmo ano, que os escravos conseguiram a sua liberdade definitiva, após mais de trezentos anos de escravidão no Brasil.
Mas a liberdade não trouxe tantos benefícios aos negros. Como não tinham estudo e não haviam aprendido uma profissão, os mesmos não conseguiam empregos por falta de qualificação. Ficaram marginalizados, sofrendo preconceito e discriminação.

domingo, 20 de março de 2011

EXISTIA MOBILIDADE SOCIAL NA ROMA ANTIGA? (Solucionando dúvidas)

É lugar-comum entre os professores de História afirmar que não existia mobilidade social na sociedade romana, dada a natureza "pura" e fechada do seu grupo dominante: os patrícios. No entanto, na aula do último sábado, dia 19/03, na sala 8 (branca), surgiu uma questão importante nos momentos finais da minha explicação sobre a crise do Império Romano que pode nos levar ao aprofundamento do assunto, esclarecendo alguns pontos e, com isso, solucionando as dúvidas que podem ser de muitos alunos.


Tudo começou com o questionamento de uma aluna sobre duas questões do nosso módulo cujas respostas indicadas pelos gabaritos apontavam alternativas que afirmavam existir mobilidade social em Roma. São as questões: 20 - página 58; e 23 - página 59. Entretanto, antes de entrarmos nos detalhes do assunto, é importante saber interpretar a ideia de “mobilidade” no interior de uma sociedade.


Nós, professores de História do CIS, consideramos que a mobilidade social se define pela possibilidade de trânsito entre os membros dos grupos ou classes de uma dada sociedade. Sabemos que no mundo burguês, a mobilidade social é sua maior característica, uma vez que a ascensão social está ligada ao acúmulo de riqueza e, quanto mais ou menos riqueza, maior o trânsito entre os grupos.


Acontece que isso é plenamente possível num mundo como o nosso, onde a burguesia se tornou o grupo social dominante pelo ethos econômico, praticando o comércio e fazendo do dinheiro um instrumento de poder. E como isso pode ser bem diferente da relação entre os grupos sociais da Roma Antiga?


Sabemos que na Roma Antiga, a famosa pirâmide social era a seguinte:





Excluindo os escravos, que não podem formar um grupo ou classe social, sabemos que os demais grupos se afirmavam pela condição estamental, isto é, pela origem de nascimento. Dessa maneira, um patrício jamais se tornaria um plebeu e um plebeu jamais se tornaria um patrício. Diferente do mundo burguês, onde quem está no topo pode descer, assim como quem está embaixo pode subir. Tudo isso é simples de entender, mas a existência de algumas particularidades na composição social da Roma Antiga pode confundir um pouco o nosso entendimento sobre o assunto.


É que na Roma Antiga existia um grupo intermediário, os clientes, que pode ser entendido como a existência de uma melhoria das condições sócio-econômicas (não políticas) de um plebeu. Raciocinemos juntos: se um cliente é empregado de um patrício, de onde ele veio, qual é a sua provável origem? A resposta é imediata: da plebe, uma vez que não havia possibilidades de um patrício se tornar empregado de outro, isso seria um caminho improvável para o patriciado, grupo fechado de características quase dinásticas.


A outra situação particular residia na relação muito próxima entre plebeus (homens livres) e escravos (homens não-livres). A existência de uma maciça escravidão na República e no Império romano aproximou esses dois contingentes populacionais (os maiores). Em alguns momentos da história romana, é possível mesmo afirmar que havia dificuldade em se distinguir o plebeu do escravo, dada a semelhante situação sócio-econômica de ambos. Além do que, havia uma prática muito comum dos donos de escravos em praticar a alforria de muitos, o que dependeria da situação social ou econômica em que se encontrasse.


A partir disso, raciocinemos mais uma vez: se um escravo é alforriado, qual é o seu destino? Temos mais uma resposta bem direta: se tornar um plebeu, contribuindo com o crescimento da multidão das ruas de Roma.


O que podemos concluir dessa segunda situação? Que um homem não-livre se tornou um homem livre, passando a fazer parte de um grupo social romano, porém, sendo entendido como um homem liberto e jamais um homem livre de nascimento.

Caros alunos, o que fica constatado sobre o assunto a partir das situações apresentadas é o seguinte: na Roma Antiga, havia CERTA mobilidade social, de caráter sócio-econômico, não de natureza de classe, entre a clientela e a plebe. Vejamos de forma esquemática:

1. PATRÍCIOS – jamais desciam de posição social, mantendo sempre o status de grupo social dominante. (não há mobilidade de natureza alguma)
2. CLIENTES – poderiam ter origem na plebe, uma vez que se tratava de um grupo afirmado pela situação puramente econômica. (mobilidade econômica)
3. PLEBEUS – sempre na base da pirâmide social, poderiam compor a clientela como também poderiam ter origem entre os escravos que foram alforriados. (mobilidade sócio-econômica)
4. ESCRAVOS – não são considerados grupo ou classe social, porém, após a alforria poderiam passar a compor a massa plebéia e, em alguns casos mais raros, poderiam chegar a ser, inclusive, clientes. (mobilidade sócio-econômica)

Como podemos ver, pensar a dinâmica social da Roma Antiga é mais complicado do que poderíamos imaginar. É comum entendermos que não havia mobilidade social de forma plena entre os grupos sociais existentes, pois o patriciado permanecia sempre no topo da sociedade e jamais um grupo debaixo poderia chegar até ele. Por outro lado, os grupos que estão abaixo dos patrícios poderiam se relacionar, inclusive abrindo as portas para alguns escravos alforriados, que chegaram a se afirmar como romanos por se estabelecerem na sociedade.

Dessa maneira, as questões das páginas 58 e 59 do módulo (20 e 23) trazem as situações que abordei nesta breve análise. Elas envolvem a clientela, a plebe e os escravos, jamais os patrícios. Isso configura a ideia da existência de CERTA mobilidade sócio-econômica entre ALGUNS grupos, visão que pode ser bem aceita se encarada da maneira correta.

Quem ainda não se deparou com as questões da apostila, confiram e tirem todas as suas dúvidas com relação a esse importante e interessante tema da História da Roma Antiga.

Espero que muitos tenham esclarecido suas dúvidas e obrigado aos alunos da SALA 8 (Branca) por terem despertado a atenção para o rico debate.


Prof. Mariano de Azevedo.

sábado, 19 de março de 2011

Período Joanino


Dom João VI (ao lado de sua esposa, Carlota Joaquina) trouxe diversas mudanças com a transferência da Família Real para o Brasil.
A chegada da família real portuguesa no Brasil marcou intensamente os destinos do Brasil e da Europa. Pela primeira vez na história, um rei europeu transferia a capital de seu governo para o continente americano. Escoltados por embarcações britânicas, cerca de 10 mil pessoas fizeram a viagem que atravessou o oceano Atlântico. Sofrendo diversos inconvenientes durante a viagem, os súditos da Coroa Portuguesa enfrentaram uma forte tempestade que separou o comboio de embarcações. Parte dos viajantes aportou primeiramente na Bahia e o restante na cidade do Rio de Janeiro.

Responsabilizados por escoltar a Família Real e defender as terras portuguesas da invasão napoleônica, os ingleses esperavam vantagens econômicas em troca do apoio oferecido. Já na Bahia, D. João, orientado pelo economista Luz José da Silva Lisboa, instituiu na Carta Régia de 1808 a abertura dos portos a “todas as nações amigas”. A medida encerrava o antigo pacto colonial que conduziu a dinâmica econômica do país até aquele momento.

Além de liberar o comércio, essas medidas trouxeram outras importantes conseqüências de ordem econômica. O contrabando sofreu uma significativa diminuição e os recursos arrecadados pela Coroa também aumentaram. Ao mesmo tempo, os produtos ingleses tomaram conta do país, impedindo o desenvolvimento de manufaturas no Brasil, as cidades portuárias tiveram notório desenvolvimento. Dois anos mais tarde, o decreto de 1808 transformou-se em um tratado permanente.

No ano de 1810, os Tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação, fixaram os interesses britânicos no mercado brasileiro. Foram estabelecidas taxas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses. Os produtos ingleses pagavam taxas de 15%, os portugueses de 16% e as demais nações estrangeiras pagariam uma alíquota de 24%. Além desses valores, o tratado firmava um compromisso em que o tráfico negreiro seria posteriormente extinguido.

Além de trazer transformações no jogo econômico, o governo de Dom João VI empreendeu outras mudanças. Adotada como capital do império, a cidade do Rio de Janeiro sofreu diversas modificações. Missões estrangeiras vieram ao país avaliar as riquezas da região, a Biblioteca Real foi construída, o primeiro jornal do país foi criado. Além disso, novos prédios públicos foram estabelecidos. A Casa da Moeda, Banco do Brasil, a Academia Real Militar e o Jardim Botânico foram algumas das obras públicas do período joanino.

Nas questões externas, Dom João VI empreendeu duas campanhas militares nas fronteiras do país. No ano de 1809, tropas britânicas e portuguesas conquistaram a cidade de Caiena, capital da Guina Francesa. A manobra, que tinha por objetivo agredir o governo francês, colocou a região sob o domínio do Brasil até quando o Congresso de Viena restituiu a região à França. No ano de 1817, as tropas imperiais invadiram a Província Cisplatina.

Essa nova investida militar era importante por razões diversas. Além de ser uma região de rico potencial econômico, o domínio sob a região da Cisplatina impedia uma possível invasão napoleônica às colônias da Espanha, que havia sido dominada pelas tropas francesas. Dez anos depois, um movimento de independência pôs fim à anexação da Cisplatina, dando origem ao Uruguai.

Em 1815, a administração joanina elevou o Brasil à condição de Reino Unido. Essa nova nomeação extinguiu politicamente a condição colonial do país. Inconformados, os lusitanos que permaneceram em Portugal se mostravam insatisfeitos com o fato do Brasil tornar-se a sede administrativa do governo português. Foi quando, em 1820, um movimento revolucionário lutou pelo fim da condição política secundária de Portugal. A chamada Revolução do Porto criou um governo provisório e exigiu o retorno de Dom João VI a Portugal.

Temendo a perda do seu poder, Dom João VI foi pra Portugal e deixou o seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil. Os revolucionários, mesmo inspirados por princípios liberais, exigiram a volta do pacto colonial. No Brasil, as repercussões desses acontecimentos impulsionaram a formação de um movimento que possibilitou a independência do Brasil.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Governo: dá para construir hidrelétricas e erradicar a miséria?

O jornal Valor Econômico traz, nesta quarta, uma matéria que discute a agenda prioritária da presidenta Dilma Rousseff, com foco em projetos de longo prazo, na Copa do Mundo e na Olimpíada e no Plano Nacional de Erradicação da Miséria, que deve ser lançado ainda no primeiro semestre.

Ao mesmo tempo que vários ministérios estão sendo cobrados para sugerirem ações para esse Plano, o Planalto está exigindo pressa na execução das obras das hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. Lembrando que não são as únicas: há um rosário de usinas de porte que estão planejadas para a Amazônia Legal, mais de dez, em rios como o Tapajós, o Tocantins e o Apiacás.

Coincidentemente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta sua Campanha da Fraternidade 2011 com o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta” (bem melhor do que aquele sobre a vida, que atacava o sagrado direito ao aborto e à eutanásia). O objetivo é ajudar na conscientização sobre a ação danosa do homem, que girou o termostato do planeta para o modo “gratinar”.

Poderia citar Bento 16, que comentou o lançamento, mas prefiro resgatar Pedro Casaldáliga – que daria um papa muito melhor, a bem da verdade. Símbolo da luta pelos direitos humanos no Brasil, nos contou uma vez que ouviu uma justificativa da boca de um fazendeiro português com terras no Mato Grosso que serve feito uma luva para o que estou querendo dizer: “Dom Pedro, o senhor é europeu, o senhor sabe. As calçadas de Roma foram feitas por escravos. O progresso tem seu preço”.

Há um comportamento contraditório e, por que não dizer, (só aparentemente) esquizofrênico, que coloca em risco a própria meta de erradicação da miséria. Pois, se por um lado, os grandes projetos do governo federal são indutores de desenvolvimento econômico, por outro são responsáveis por levar milhares de pessoas a conhecerem a miséria de perto.

Tendo em vista os graves impactos causados em trabalhadores rurais e em populações tradicionais, como povos indígenas, em processos em andamento como os das hidrelétricas de Estreito e as já citadas Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, temos idéia do festival de desrespeito aos direitos humanos que vai baixar nos próximos anos por lá. Como sempre os grandes projetos de desenvolvimento da Amazônia vêm acompanhados de promessas de rios de leite e mel para a população local, mas na maioria das vezes os impactos negativos são tão grandes senão maiores que os positivos. Bom mesmo é para a gente do Sul e Sudeste ou das grandes cidades que vai consumir grande parte dessa energia, exportada para os nossos ar condicionados, videogames e para a produção de nossas latinhas de alumínio.

O atual governo, que começou com um discurso lembrando os que tombaram pelo caminho na luta pela redemocratização no dia 1º de janeiro, está esquecendo que os que ficaram não morreram apenas por direitos civis e políticos – mas também pelos sociais, econômicos e culturais. Não era apenas para poder se expressar e votar, mas para que aqueles que eram vítimas de arbitrariedades e tinham suas casas derrubadas em nome do progresso do “país que vai pra frente” pudessem ter uma alternativa além do “ame-o ou deixe-o”. Mudaram os governantes (em parte, é claro, haja vista a presidência do Senado…), mas mantivemos modelos de desenvolvimento que dariam orgulho aos maiores planejadores daquele período: de que, para crescer rapidamente e atingir nosso ideal de nação, vale qualquer coisa, passando por cima de qualquer um.

O Estado não funciona como um bloco único mas como algo dividido. Contradições fazem parte da estrutura do Estado e moldam a sua organização e seu funcionamento. Há dois lados na Esplanada dos Ministérios, um que têm poder e dinheiro e outro, com boa vontade. A área social é abastecida com migalhas em recursos financeiros e em prestígio se comparado à outra. Ambos os lados desejam levar o país a um outro patamar, o problema é como.

Através da superexploração do trabalhador e do esgotamento do meio ambiente ou de uma forma mais racional, provavelmente com lucros menores, mas feito de forma consultada e democrática.

Repito o que já falei e, consequentemente, me levou a ser chamado de vários nomes feios: não adianta elevar a questão dos direitos humanos nas relações internacionais e fazer caca aqui dentro. O crescimento tem que estar sujeito ao respeito dos direitos fundamentais e não flanar sobre eles.

Transcrito de http://blogdosakamoto.uol.com.br/ em 11.03.2011, as 19h55min.

Entenda o terremoto no Japão.

O terremoto de 8,8 graus na Escala Richter que ocorreu na madrugada desta sexta-feira(horário de Brasília) no Japão confirma que o investimento em tecnologia para monitorar o risco de grandes catástrofes é um meio fundamental para prevenir a população e evitar tragédias. A avaliação é do chefe do UnB (Observatório Sismológico da Universidade de Brasília), Lucas Vieira Barros, que explica que não há como prever a ocorrência de terremoto, mas que é possível calcular eventuais impactos de fenômenos em áreas críticas.

A existência desse tipo de tecnologia aliada a recursos e a planejamento são os elementos que fazem a diferença nos efeitos destrutivos dos terremotos. O especialista compara o terremoto desta sexta-feira no Japão e o tremor registrado no Haiti há pouco mais de um ano. No país caribenho, os tremores tiveram menor intensidade (7 graus na escala Richter) mas destruíram praticamente todo país.

Segundo o cientista, desde o tsunami ocorrido na Indonésia (2006), houve grande avanço na instalação de estações sismológicas para monitorar fenômenos semelhantes no Oceano Pacífico. A tecnologia permitiu que os japoneses previssem as ondas. “Uma onda sísmica [do terremoto] viaja a uma velocidade muito grande e é capaz de cruzar a Terra em 20 minutos e chega muito antes da onda oceânica.”

O tsunami no Japão ocorreu porque uma placa tectônica deslizou por baixo de outra no chamado “assoalho oceânico”. São 12 as principais placas tectônicas em toda a Terra, quatro delas estão próximas à localização do Japão. São as placas das Filipinas, do Pacífico, Euro-Asiática e Norte-Americana.

“Qualquer terremoto que acontece no fundo do mar e resulte na movimentação do assoalho oceânico pode gerar tsunami”, explicou o cientista que lembra que, além do movimento verificado no Japão, também podem ser registrados terremotos por causa do afastamento das placas, do deslocamento lateral ou do choque entre elas.

O especialista prevê que os efeitos do tsunami serão sentidos na costa pacífica da América do Sul por volta de meia-noite.

O cientista destaca que é preciso formar mais especialistas na pesquisa de sismologia no Brasil. “A comunidade sismológica nacional cabe dentro de um carro”, calcula.

Para a previsão de outras catástrofes, como o deslizamento de terras causados por chuvas, o governo federal já verificou que faltam profissionais. De acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia, o Brasil tem apenas 100 geólogos especializados e com experiência em avaliar encharcamento de solo e risco de desmoronamento como o episódio registrado na região serrana do Rio de Janeiro no início do ano.

Transcrito de http://redesctdetv.wordpress.com/2011/03/11/terremoto-no-japao-entenda-o-caso/

As Principais civilizações da Antigüidade Oriental






Egípcios (Vale do Nilo)
Mesopotâmicos (Vale do Tigre e Eufrates)
Hebreus (Vale do Jordão) fenícios (Líbano atual)
Persas (Planalto do Irã)
Hindus (Planície Indo-gangética)
Chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho).

Estas civilizações apresentaram características comuns como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão da sociedade em classes e a religião organizada (estruturada com sacerdotes, lugares para reverenciar os deuses e assim por diante). A invenção da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idéias, descobertas e acontecimentos que ocorriam ao seu redor, esse avanço foi responsável por grandes progressos científicos e tecnológicos que possibilitaram o surgimento de civilizações mais complexas.

Exemplos de tipo de escrita
Suméria - cuneiforme (gravação de figuras com estilete sobre tábua de argila)
Egito - hieroglífica (com ideogramas)
Fenícia (atual Líbano) Fonético - (alfabeto)

Apesar da fixação dos diversos grupos humanos em áreas próximas aos rios (abastecimento de água e comunicação) ter ocorrido em regiões distintas, a maioria das civilizações da Antigüidade se desenvolveu no Crescente Fértil, esta área possui a forma de arco e estende-se do Vale do Jordão à Mesopotâmia, além de abrigar os rios Tigres e Eufrates. A revolução agrícola e a fixação de grupos humanos em locais determinados ocorreram simultaneamente no Crescente Fértil]; neste mesmo período outras civilizações se desenvolveram às margens dos rios Nilo (egípcia), Amarelo (chinesa), Indo e Gânges (paquistanesa e indiana).

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acordo mina programa de combate a trabalho escravo.

E o governo assinou o acordão com a Cosan.

Adiantei, no dia 15 de fevereiro, que o governo federal estava fechando um acordo com o maior produtor de açúcar e álcool do mundo para que ele ficasse fora da “lista suja” do trabalho escravo em definitivo. Pois bem, hoje uma reportagem de João Carlos Magalhães, no jornal Folha de São Paulo, traz a negociação. O título acima foi tirado de lá.

A relação traz o nome das pessoas físicas e jurídicas flagradas com esse tipo de mão-de-obra por equipes de fiscalização, que ficam expostos por dois anos – período durante o qual devem provar que regularizaram a situação e não incorreram novamentre no crime. Durante esse tempo, não conseguem financiamentos públicos e sofrem boicotes de empresas públicas e privadas.

A Advocacia Geral da União, que tem sido célere em defender a “lista suja” diante de ações judiciais que tentam minar um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo (porque permite atacar o bolso, a parte mais sensível do corpo humano), acabou beneficiando a empresa em detrimento ao que vem fazendo desde então.

A pergunta é: por que? E a pedido de quem? Vamos analisar o caso.

A Cosan ganhou manchetes dentro e fora do país quando foi incluída no cadastro de empregadores flagrados com mão-de-obra escrava, conhecido como a “lista suja”, em 31 de dezembro de 2009 por conta da libertação de 42 pessoas em sua usina em Igarapava (SP). Até obter a liminar na Justiça do Trabalho,e depois uma decisão favorável em primeira instância, retirando-a da relação, viu o BNDES, o Wal-Mart, entre outras empresas, suspenderem o relacionamento com ela, além de quedas significativas nas bolsas de valores de São Paulo e de Nova Iorque. Empresas inseridas na “lista suja” permanecem na relação durante dois anos.

Um acordo semelhante começou a ser costurado no ano passado, fato que beneficiaria um grande produtor de algodão no Estado do Mato Grosso. Contudo, os ministros do Trabalho e Emprego e da Secretaria de Direitos Humanos, contrários a esse tipo de solução na época, fizeram gestões junto ao advogado geral para que o processo fosse repensado.Ao que tudo indica, as negociações com o grupo matogrossensse cessaram, mas a AGU as manteve com a Cosan desde então. É a primeira vez que essa tipo de acordo é feito.

Na Folha de São Paulo, há um trecho extremamente elucidativo, quando o advogado geral da União, ministro Luís Inácio Adams, afirma que o acordão foi para resolver uma situação “excepcional”: Segundo Adams, a análise da autuação sofrida pela Cosan em 2007 mostra “fatores que indicam a não intencionalidade” em submeter trabalhadores a tratamento análogo à escravidão.

Não intencionalidade? O advogado está precisando conhecer melhor a jurisprudência sobre o assunto. Trabalho escravo não é fruto de uma patologia sádica de fazendeiros malvados e sim de uma consequência de um processo de corte de custos que transforma seres humanos em instrumentos descartáveis de trabalho na busca pelo lucro fácil. É a economia! “Vou ser mal, vou usar escravos” não é uma frase utilizada. “Vamos cortar custos, custe o que custar”, por outro lado, é largamente ouvida nessas situações. Desde 1995, foram cerca de 40 mil pessoas libertadas em todo o país. Todos os envolvidos afirmaram não saber que usavam escravos, mas também não se preocuparam em estar arrancando o couro dos trabalhadores. Ou seja, péssima justificativa a da AGU.

Segundo a Folha, Adams também disse que a responsabilidade pelas condições encontradas era de uma empresa terceirizada. Outra justificativa sofrível, que confirma que o caso não tem nada de incomum, pois esse é o padrão nas libertações de escravos no país, uma vez que a terceirização ilegal é porta de entrada para o trabalho escravo. Juízes do Trabalho consultados por este blog apontam que o uso de terceirizadas no caso de trabalho escravo é uma artimanha das grandes empresas de se verem livre da responsabilidade legal por seus empregados.

É difícil acreditar que a ordem tenha saído da própria AGU, ou seja, do advogado e não do cliente. Por trás de tudo está o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, articulado pelo governo federal e lançado em junho de 2009. É uma das meninas dos olhos do Palácio do Planalto, que tenta – através dele – garantir melhorias das condições no canaviais e, consequentemente, a imagem de um combustível socialmente limpo dentro e fora do país. Até agora, o Compromisso está no aguardo de um processo vigoroso de monitoramento independente para se mostrar confiável. Enquanto isso, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, não é possível dizer que as condições de trabalho nos canaviais melhoraram nos últimos dois anos.

A Cosan tem todo o direito de entrar na Justiça caso se sinta prejudicada. Cabe à Justiça decidir e ao governo defender suas ações. Quando o governo deixa de exercer o papel que estava cumprindo, fica-se a dúvida. Por que?

Como ter a maior empresa de açúcar e álcool do mundo na “lista suja” e como signatária de um Compromisso avalizado pelo Planalto ao mesmo tempo? Pega mal, né?

Assim nascem os acordões. E assim os instrumentos de proteção da população viram vinagre.



segunda-feira, 7 de março de 2011

Gabaritos do módulo 1 - HISTÓRIA

Pessoal,

Os gabaritos do módulo 1 de História podem ser baixados no 4shared.com.

Llink para o download: http://www.4shared.com/document/i8wctzhn/Gabaritos_do_mdulo_1.html

É só clicar no link.

Bom carnaval a todos!

O CARNAVAL ATRAVESSOU A HISTÓRIA


O carnaval é simples de definir: uma manifestação da cultura popular. Para os que acham que fomos os criadores da grande e democrática festa: estão redondamente enganados. O carnaval é tão antigo quanto à História da humanidade vivendo em civilizações.

Alguns estudiosos apontam os primórdios da festa para o Egito Antigo, onde as populações camponesas dos nomos celebravam periodicamente o sucesso das colheitas. Entretanto, foi durante a Antiguidade Clássica que o carnaval ganhou nome e um primeiro significado mais consistente.

Embora existam registros históricos apontando as origens do carnaval para a Grécia Antiga, muitos historiadores acreditam que foi em Roma que a festa popular ganhou seu nome. O termo derivaria, segundo alguns, da expressão currus navalis, que quer dizer “carro naval”, pois uma espécie de “carro alegórico” em forma de barco era construído e circulava nas ruas da cidade eterna durante os dias festivos.

Como podemos ver, o carnaval é uma festa originalmente pagã, longe de qualquer tradicionalismo cristão, e a continuidade da festa durante os séculos levaria um grande problema para a Igreja Católica depois da adoção do cristianismo como religião oficial do Império, séculos mais tarde, pois o clero nascente não conseguia impedir os exageros das pessoas nos dias festivos. Isso se dava, certamente, porque o mundo romano ainda tentava se acostumar com a nova religião, que se esforçava ao máximo para converter as populações pagãs e camponesas durante a fase final do Império.

Foi somente durante a Alta Idade Média (por volta do século VI), período de reformas na instituição católica, principalmente com a criação do calendário gregoriano, que o carnaval ganhou seu sentido mais consistente e passou a fazer parte do nosso calendário anual de maneira oficial. Percebendo que as pessoas jamais abandonariam a festa da carne e do pecado, a Igreja adotou a festividade, autorizando-a durante os três dias que antecipariam o início da Quaresma, época de jejuns e reflexões espirituais.

A Igreja cunhou um termo em latim para dar nome à grande festa do povo, chamando-a de Carne Vale, que em latim quer dizer: “Adeus, Carne!”. Isso mesmo que vocês leram, “adeus, carne!”, pois os adeptos da festa tinham três dias para se esbaldar e se entregar às coisas do mundo antes de entrarem no sagrado período da Quaresma. A propósito, a expressão Carne Vale é a mais aceita entre os estudiosos do assunto para marcar a origem do carnaval como o conhecemos. Os séculos passam e a festa da carne se torna tradicional em muitos lugares da Europa, sobretudo na França e na Itália, países conhecidos por terem os mais elegantes carnavais.

No Brasil, o carnaval se torna uma realidade apenas a partir do século XVIII, e recebemos a herança dos franceses, de quem herdamos alguns nomes tipicamente carnavalescos. Por exemplo, a palavra “folia”, geralmente usada para se referir à multidão dos carnavais, deriva do francês “folie”, que significa: loucura. Nesse sentido, o folião, pessoa entregue aos exageros da festa, se tornaria, simbolicamente falando, o louco da história.

Nas terras tupiniquins, o carnaval, como uma festa popular, se adaptou aos costumes das culturas que fizeram parte da nossa formação social, e por essa razão temos ritmos diferentes para o carnaval em diversas regiões: o frevo em Olinda; o axé na Bahia; e o samba, no Rio de Janeiro, onde ocorre o mais famoso carnaval do país: o das escolas de samba.

A primeira escola de samba do Brasil só foi criada em 1928, e se chamava Deixa Falar. As escolas funcionavam em clubes carnavalescos, que se tornaram muito tradicionais nos bairros do Rio de Janeiro no começo do século XX. A popularização do samba e seu crescente sucesso logo proliferou a criação de clubes e escolas, gerando os primeiros tipos de competições entre várias comunidades carnavalescas. Pouco tempo depois, a escola Deixa Falar virou a Estácio de Sá e a partir daí entramos no mundo dos sambódromos e passamos a associar o samba ao carnaval carioca, reconhecido internacionalmente como uma das mais belas festas do mundo.

Espero que todos tenham gostado da breve abordagem histórica sobre o carnaval e que também aproveitem a grande festa popular compartilhando com tantos homens que, no passado, saborearam o que hoje ainda nos agrada.

Um grande abraço para todos!

Prof. Mariano de Azevedo

domingo, 6 de março de 2011

Ex-BBB compra briga com evangélicos na Câmara dos Deputados.


Jean Wyllys (PSOL-RJ), 38 anos, se intitula o primeiro homossexual assumido a ser eleito deputado federal. E o falecido Clodovil Hernandes, eleito em 2007? Para ele, o estilista, apesar de não esconder sua opção sexual, nunca carregou a bandeira dos direitos, há tanto tempo reivindicados, da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero) brasileira.

Com pouco menos de um mês de atuação na Câmara dos Deputados, o ex-big brother, já chamado de "Milk brasileiro”, deu sinais de que pretende fazer jus ao apelido. Harvey Milk foi o primeiro ativista e político assumidamente gay a ser eleito para um cargo público, na década de 70, nos Estados Unidos.

Em sua estreia na tribuna da Câmara, carregando na lapela do terno uma flor com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade gay, o deputado condenou o “cristianismo fundamentalista que vigora no Congresso e sua ameaça ao estado laico”. Da mesma tribuna anunciou a reedição da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT e sua intenção de apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do casamento gay, deixando de lado o eufemismo “união civil entre pessoas do mesmo sexo” usado na maioria das propostas sobre o assunto em tramitação no Congresso.

“Não se deve ter medo do termo. É casamento civil mesmo, que não se confunde com o sacramento do casamento concedido pela Igreja”, defende. “O estado é laico e se separou da Igreja desde 1889. Logo, os direitos civis – entre eles, o casamento civil – devem ser estendidos ao conjunto da população, sem discriminação de qualquer tipo. Se LGBTs têm todos os deveres civis, devem ter todos os direitos e com os mesmos nomes”, defende.

Homofobia

Jean também comprou briga com o pastor e deputado federal Ronaldo Fonseca (PR-DF), chamado por ele de homofóbico durante debate na TV Câmara. Fonseca, que integra a Frente Parlamentar Evangélica, ajuizou esta semana ação popular pedindo a suspensão da portaria do Ministério da Fazenda que autorizou a inclusão de companheiros homossexuais como dependentes para fins de dedução fiscal na declaração do Imposto de Renda (IR) deste ano. Em represália, o ex-big brother ameaçou questionar a imunidade fiscal tributária concedida às igrejas evangélicas.

“Caso os deputados chamassem o ministro Guido Mantega para questioná-lo sobre a decisão da Receita Federal, eu aproveitaria para cobrar do ministro explicações sobre por que as igrejas não prestam conta do dinheiro que arrecadam e que não é tributado graças à imunidade tributária de que gozam. Se partidos políticos e sindicatos, que também têm imunidade fiscal, prestam contas à sociedade, por que as igrejas não?”, questionou, negando, no entanto, a intenção de apresentar um projeto nesse sentido.

Segundo ele, não há necessidade, pois na Câmara já tramita uma PEC para tirar a imunidade tributária das igrejas. “Seria o caso de mobilizar a sociedade civil em favor dela, caso os evangélicos fundamentalistas – e aqui é preciso dizer que nem toda bancada evangélica é fundamentalista, que há deputados evangélicos sensatos e a favor do bem-estar de todos – insistam em violar direitos humanos de LGBTs”, ameaçou.

Jean Wyllys classificou como “lamentável” a atitude do deputado, que alega não ter motivação homofóbica e sim apenas a intenção de defender a Constituição, que não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Pior ainda é que eles não têm coragem de assumir que o que motiva sua ação é preconceito e homofobia”.

Ronaldo Fonseca rebateu: “Só lamento que esse tema vá para o debate como retaliação. Levantar a questão da imunidade das igrejas evangélicas é salutar, porque podemos ampliar a discussão aos sindicatos e à Igreja Católica. Entretanto, o trabalho social que as igrejas prestam à nação justifica essa imunidade. O que não pode é querer acabar com isso na canetada”, protesta Fonseca.

O secretário geral da Frente Parlamentar Evangélica, deputado federal Gilmar Machado (PT), afirma que a ação ajuizada por Fonseca não tem o aval da frente e é uma posição isolada. Segundo ele, a frente é contra qualquer tipo de discriminação e preconceito contra a comunidade LGBT. “Os direitos dos homossexuais têm de ser reconhecidos, sem discriminação, mas somos contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo”, afirma Machado.

“E pior, ameaça retroceder. A principal razão desse conservadorismo é a presença de fundamentalistas na bancada evangélica, que cresceu”, disse Jean. Apesar das dificuldades já surgidas em pouco menos de um mês de mandato, o deputado está otimista em relação à sua PEC.

Fonte: http://www.dnonline.com.br/, 06.03.11, as 10h21min.

quinta-feira, 3 de março de 2011

SALÁRIO DE TIRIRICA

O PRIMEIRO “XEQUI” DO SALÁRIO DE TIRIRICA
 
Deputado Tiririca: “Aí pessoal, recebi o meu primeiro salário de deputado federal. Vou tomar UMAS BICADAS com Florentina”.
Nota do Blog: Neste período de carnaval tudo é possível.